Viajando com bebê para praia: cuidados e brincadeiras com filhos pequenos no mar

*Por Luana Simonini

Olívia foi à praia… ô, ô, ô! Como bons mineiros que somos, estávamos ansiosos em unir essas duas imensidões: nossa filha e o mar.  Quando ela completou seu primeiro aninho, sentimos a segurança que faltava para planejar esse grande encontro. Escolhemos Pernambuco, mais precisamente as cidades Recife e Porto de Galinhas para passarmos 10 dias com ela. E essa é minha primeira dica:

Qual melhor destino para levar o bebê à praia? 

Essa pergunta é cruel porque praias lindas não nos faltam por aqui. O que levamos em consideração foi a melhor dupla de viagem: economia + infraestrutura. Quando temos um bebê à bordo, precisamos de um lugar, sobretudo, seguro. 

Preferimos praias mais sossegadas, mas com uma estrutura mínima de restaurantes próximos, banheiros disponíveis e escolhemos cidades com postos de saúde acessíveis. Também gostaríamos de um lugar em que pudéssemos fazer diferentes passeios e não somente ficar o dia todo na praia. Assim, chegamos em Recife. Era um lugar que não conhecíamos ainda e atendia todos aos nosso quesitos. 

Tínhamos 10 dias para curtir, então, bolamos o seguinte roteiro: quatro noites em Recife, com tempo de dar um pulo em Olinda, e mais quatro noites em Porto de Galinhas. Essa seria a primeira viagem de longa duração da nossa pequena. 

Olívia já é uma grande viajante e contei um pouco das suas aventuras de bebê no avião aqui. Mas sempre com viagens curtas. Depois do destino escolhido e passagens compradas, o nosso desafio era outro. 

Como escolher a melhor hospedagem para viajar com um bebê? 

Praia, cachoeira, centros urbanos, todos os cantos do mundo oferecem diferentes hospedagens. Isso é óbvio. O que um bebê precisa, aliás, nós, os cuidadores, precisamos de um lugar que tenha banheiro privativo e acesso fácil ao restaurante. A hospedagem com café da manhã incluído também é uma excelente escolha. 

Depois de uma noite mal dormida – quem tem bebê em casa me entende -, a melhor escolha é poder contar com um café da manhã prontinho te esperando. Geralmente, em cafés da manhã dos hotéis, é possível encontrar frutas e pães, ou seja, café da manhã dos campeões. Para um bebê, é  ótimo. 

Bom, voltando a opção de ter acesso fácil ao restaurante, mesmo com 1 aninho e comendo de tudo, gostamos de preparar as comidinhas dela. Então, para escolher a hospedagem, preferimos locais com supermercados ou sacolões próximos e esse acessó rápido. Tanto em Recife quando em Porto de Galinhas, fizemos escolhas que não foram as mais econômicas, mas que nos atenderam bem. 

Em Recife, ficamos no Ramada e, em Porto de Galinhas, ficamos na pousada Canto do Porto. Como Olinda fica a dois palitos de Recife, fomos e voltamos no mesmo dia sem nenhuma preocupação. Inclusive, Olinda é parada obrigatória para quem passar por Recife (quer dicas de o que fazer em Recife em 3 dias?). 

Bom, hospedagem garantida, mal poderíamos esperar pelo próximo grande desafio: arrumar as malas do bebê. Taí um dilema que ninguém te conta. 

Como organizar a bagagem do bebê para praia? 

Sim. Caímos no conto de providenciar baldinhos, barquinhos e brinquedinhos para crianças na praia. Isso fez com que a gente pensasse numa bagagem extra só para pacotes de fralda e penduricalhos. Não cometa esse erro. Leve fraldas suficientes apenas para o momento em que estiver em trânsito e compre o pacote apenas no destino. 

Isso traz uma economia de espaço na bagagem que você não acredita. Sobre os brinquedos, evite. Leve apenas dois o três preferidos e também pequenos para entreter sua cria nos momentos da vagem. De resto, seu filho não terá tédio. Afinal,vocês estarão viajando. Já é divertido por si só. 

Em relação a quantidade de roupas, como são crianças, é necessário levar em consideração mudanças bruscas de temperatura. Se você irá viajar para algum destino muito quente, não se esqueça de roupas de frio para, pelo menos, o momento da viagem em si. Lembre-se que avião é um lugar com baixas temperaturas. 

Para providenciar a lógica da mala da Olívia, separamos as roupas por dias. Nosso período de viagem foi de 11 dias. Consideramos dois bodys de manga curta para cada dia, um de manga longa para cada dois dias, dois casacos, um short para cada dia, três macacões e quatro vestidos, aproximadamente. Sobrou roupa limpa, mas acredito que foi uma quantidade confortável. 

Para roupas de banho, providenciamos uma aquelas camisas com manga longa para evitar longos contatos com o sol, uma calça enxuta que substitui a fralda para piscina, e mais dois conjuntos de biquínis. Lavávamos as peças assim que retornarmos da praia. Então, ela reutilizou essas peças sem nenhum problema. 

Além das roupas, que é uma questão que varia muito de cada família, o que não pode faltar na bagagem do bebê é uma farmacinha. Converse com o pediatra e peça ajuda para escolher os medicamentos mais importantes. Levamos: filtro solar, antitérmicos, termômetro, soro fisiológico, pomada para assaduras, creme hidratante e antialérgico. Todos os produtos já foram utilizados por ela em outras situações e, claro, todos indicados pelo pediatra que a acompanha desde nascida. 

Como Olívia ainda é amamentada e já faz uso de copos normais, não levamos mamadeira nem copinhos de transição. Esses itens também ocupam um bom espaço. Mas, se não é o caso do seu filhote, planeje na bagagem um lugar para bicos e mamadeiras. 

Bagagem pronta. Tudo pronto, mal poderíamos esperar esse grande encontro entre a neném e o mar. 

Quais cuidados para levar um bebê à praia pela primeira vez? 

Primeiro cuidado é consigo. Não crie expectativas. Cada bebê é único e cada reação é única. Como eu A-M-O praia, nem cogitei a possibilidade de Olívia não gostar. Pois bem, levamos a pequena logo no primeiro dia para a praia de Boa Viagem. E, pasme, Olívia O-D-I-O-U. 

Assim que chegamos à areia, ainda no meu colo, ela se assustou muito e chorou demais. Hoje, a gente morre de rir dessa cena. Dois mineiros, totalmente desajustados, com uma mochila cheia de brinquedos de praia, outra bolsa cheia de coisas, e um bebê em prantos, desesperada no colo. 

Foi muito frustrante porque não segui essa recomendação e, sim, criei expectativas de ser um momento mágico. Bom, na primeira tentativa de colocar aqueles pequenos pezinhos na areia, ela chorou mais. Chegar próximo ao mar então, sem chance. 

Daí, começamos a caminhar com ela na orla, conversamos, mostramos outras coisas, carros, prédios, passarinhos, pessoas, outras crianças. Demorou, mas ela foi se abrindo. Pelo menos parou de chorar e conseguimos voltar para o hotel com um bebê mais animado, rs. 

Por isso, reforço a dica de buscar uma cidade em que não tenha só a praia como entretenimento. No dia seguinte, fomos para Olinda. Ela, simplesmente, AMOU o passeio. Namorou o mar de longe.

No terceiro dia, voltamos ao mar. E, adivinhe? Ela chorou de novo

Bem menos, mas chorou. Passeamos pelo centro histórico de Recife, visitamos museus e, no outro dia, já iríamos para Porto de Galinhas. Lembra daqueles biquínis e roupas de banho que levei pra ela? Quase metade da viagem e não conseguimos usar NENHUM. E aí? Em Porto de Galinhas iríamos para um hotel na beira da praia. E se ela chorar mais uma vez? 

Dia seguinte, chegamos à Porto de Galinhas. Pegamos um Uber mesmo e foi bem tranquilo chegar. Chegamos à Pousada, nos instalamos, e levamos Olívia para praia em mais uma tentativa de fazer essa amizade acontecer. E…

ACONTECEU! 

Chegamos ao mar brincando, conversando, distraindo, mostrando outras crianças e ela, finalmente, abriu seu coraçãozinho para o mar. Dali em diante, foi amor à quarta vista. Na época, ela ainda não andava, mas engatinhava feito tartaruguinha. 

Aprendi que é mais comum do que se imagina essas reações. Afinal, areia é uma textura muito diferente. Então, não faça como eu fiz. 

Não crie expectativas e proporcione um momento muito mais natural, como se o mar fizesse parte da rotina de vocês. Passe a areia lentamente nos pezinhos, mostre outras crianças e se prepare para aprender muito sobre o mundo pelos olhos do seu filho. Viver é mesmo bom demais. 

Até a próxima aventura. 

* Luana Simonini é redatora publicitária, especialista em viagem da MaxMilhas e mãe de Olívia.

Deixe um Comentário