Saiba tudo sobre Turismo Comunitário

Viajar é sempre muito bom… Para quem viaja. Mas, em alguns casos, o turismo tradicional pode trazer malefícios para os habitantes locais, e é para reduzir os impactos negativos e desenvolver suas regiões que existe o turismo comunitário. Também chamado de turismo de base comunitária, nessa modalidade de viagem a comunidade local participa ativamente das iniciativas que os viajantes poderão desfrutar no destino.  Ele surgiu na década de 90, como oposição às grandes redes que estimulam o turismo predatório, sem se importar com a preservação do meio ambiente, nem com o desenvolvimento e cultura dos habitantes. Em resposta, toda a cadeia turística comunitária, como hospedagens, restaurantes, comércio, atrações e transporte, prioriza as necessidades do lugar e de seus moradores. Essa proposta tem melhor impacto social, já que o ganho com o turismo é melhor distribuído e não se concentra em grandes empresas, por exemplo.. Em resumo: o turismo comunitário é uma maneira muito mais empática para que você continue descobrindo o mundo.

Turismo Comunitário: o que é?

O turismo comunitário ou de base comunitária surgiu na década de 1990 como “resistência a grandes empreendimentos que praticam o turismo predatório, sem preservar o ambiente e as comunidades locais”, segundo Ivan Bursztyn, professor especialista em sustentabilidade O Turismo Comunitário é pautado na prática coletiva e podem ser vinculadas à associações de moradores, fundações e organizações não governamentais. Em suma, o Turismo Comunitário ou de base comunitária “são iniciativas e atividades protagonizadas pelas comunidades locais, que se ordenadas e bem estruturadas, representam importantes experiências turísticas, capazes de agregar valor aos roteiros e gerar emprego e renda à região.” Esta é uma definição do Ministério do Turismo, mas sabemos que ela pode ser bem maior e mais ampla, quando se fala em Turismo Comunitário. 

Como funciona o turismo comunitário

O ponto de partida para a modalidade é a economia solidária. Com ela, a produção, consumo e distribuição de riqueza prioriza o ser humano e as experiências transmitidas ou vividas. Assim, a primeira diferença que podemos notar em relação à organização turística convencional é que os fornecedores buscam se ajudar e se fortalecer, trabalhando juntos para encantar os viajantes.  Outra diferença é que os moradores atuam em todas as atividades, cuidando de propriedades, realizando atividades, cozinhando, administrando o dinheiro, proporcionando segurança e planejando o futuro da região e da população.  Muitas vezes, ONGs, prefeituras e empresas se aliam para impulsionar ainda mais os resultados.  Entretanto, o turismo comunitário não é uma alternativa ao turismo de massa em relação a geração de lucro. Por ser feito em escala limitada, o objetivo é a subsistência das famílias e a preservação de patrimônios imateriais.

Quem pode aderir ao turismo comunitário

O público-alvo para esta modalidade é muito amplo. Há opções que podem ser aproveitadas por crianças, adultos, pessoas com deficiência e idosos, viajantes solo, casais ou grupos, com preços mais acessíveis ou mais caros, em diversas partes do mundo.  Porém, é preciso estar disposto a vivenciar essa experiência! A ideia é se adequar à convivência com a comunidade, estabelecendo relações de respeito e não de consumo.  Se você é do tipo de turista que prefere conhecer vários locais em pouco tempo, fazer a sua própria programação, fazer muitas compras e conhecer lugares mais populares, talvez o turismo de base comunitária não seja para você. 

Onde fazer turismo comunitário no Brasil 

É possível encontrar projetos turísticos comunitários em todo o mundo, embora eles sejam mais comuns nas regiões mais desfavorecidas.  No Brasil, podemos encontrar inúmeras iniciativas em todas as regiões. Se esse é um conceito que te desperta a vontade de viajar, a gente te ajuda: separamos alguns exemplos de destinos perfeitos para quem quer se aventurar pelo turismo comunitário!

 

Ilhabela (SP)

Em um dos mais lindos destinos do litoral norte de São Paulo, Ilhabela, os tradicionais caiçaras se organizaram na baía de Castelhanos para receber turistas e mostrar a sua história e as belezas naturais para os viajantes.  barcos à deriva perto de casas Entre as atividades que o turista pode encontrar na baía estão as trilhas, passeios de barco e canoa, arte da pesca e oficinas de artesanato.   Na gastronomia, os pescados se destacam, sem esquecer das frutas típicas da Mata Atlântica em sucos e doces. 

 

Ilha de Cotijuba (PA)

Já na Ilha de Cotijuba, no Pará, o visitante vai encontrar a força e independência das mulheres que tocam o local. Elas são responsáveis pela produção de alimentos, artesanato e gastronomia amazônica, e mostram tudo isso no Movimento Mulheres das Ilhas de Belém.  Ali, o turismo comunitário oferece experiências como oficinas de gastronomia e artesanato, luau, carimbó (um ritmo típico do Pará) e trilhas pelas florestas.  

Ilha de Cotijuba, no Pará

Créditos: Renato Cosentino, via Wikimedia Commons

 

Porto da Folha (SE)

Em Porto da Folha, Sergipe, o projeto Rota do Quilombo Mocambo permite que o viajante se hospede na casa dos moradores e desfrute da culinária sertaneja caseira.

Porto da Folha

Créditos: Allxd Batista, via Wikimedia Commons

Nesse destino, o turista tem o privilégio de aproveitar banhos no Rio São Francisco, passeios em meio a caatinga, samba de coco e a contação das histórias mais tradicionais do quilombo pelos moradores. 

 

Vale do Jequitinhonha (MG)

O Vale do Jequitinhonha é considerado economicamente a região mais pobre do país, mas através do turismo vem resistindo a este estigma! É composto por 55 cidades e está localizado na região Nordeste de Minas Gerais. Um de seus atrativos é a paisagem única, que conta com o encontro perfeito entre rios, calor e um toque peculiar de poeira e aridez. Através do artesanato em cerâmica e outros materiais, as mulheres empreendedoras passam seu ofício de geração a geração para que este nunca deixe de existir. homem em cima de um cavalo bege E o mais legal: se você visitar esta região através de uma agência que promove o turismo comunitário, é possível aprender a arte e o ofício das ceramistas e, ainda, se hospedar e se alimentar nas casas das artesãs! É possível viver o dia-a-dia delas e entender como a arte pode moldar e mudar uma realidade de uma região. Ou seja: essa é uma experiência completa de vivência do Vale, que vai tornar a sua viagem única.  É impossível não se envolver com as histórias, delicadeza e criatividade dos pescadores, artesãos e produtores de queijo. Isso sem contar nas festividades marcadas pelo som das congadas e outras manifestações culturais afro-brasileiras e indígenas.

 

Vale do Paraíba do Sul (SP)

Quem gosta de reunir história, adrenalina, ciência e cultura vai se apaixonar pelo Vale do Paraíba do Sul. A região fica entre a Serra do Mar e Serra da Mantiqueira, que abrigam cidades conhecidas, como Taubaté, terra natal de Monteiro Lobato.

Vale do Rio Paraíba do Sul

Créditos: Marcos Jerlich, via Wikimedia Commons

Um dos passeios que valem a pena é a Rota da Liberdade, o programa mundial de mapeamento da diáspora africana organizado pela UNESCO. Com duração de, aproximadamente 3 dias, você terá a oportunidade de conhecer comunidades quilombolas e iniciativas de ecoturismo. São sete roteiros onde você pode visitar as fazendas escravagistas ou de negros libertos, conhecer o dia-a-dia e as tradições das comunidades quilombolas e, ainda, provar da culinária afro-brasileira.    Ficou curioso para praticar o Turismo Comunitário? Comece por estas três dicas de lugares no Brasil e monte sua própria lista. É urgente pensarmos em atividades que preservem nossa cultura e nosso meio ambiente. Vamos? 😉

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